LUSA : Seca: Quase 80 por cento do território em seca extrema ou severa em 15 de Junho
Lisboa, 22 Jun (Lusa) - Na primeira quinzena de Junho, a situação da seca em Portugal continental piorou, encontrando-se 79 por cento do território em situação de seca extrema ou severa, segundo o relatório do Programa de Acompanhamento dos efeitos da seca.
O quinto relatório quinzenal do Programa de Acompanhamento e Mitigação dos Efeitos da Seca revela que a 15 de Junho, 50 por cento do território estava em seca extrema (contra 48 por cento em 31 de Maio) e 29 por cento em seca severa (contra 20 por cento no final de Maio).
O documento, divulgado no site do Instituto Nacional da Água (INAG), refere que apenas uma pequena região do Norte e interior centro se encontra em situação de seca fraca, enquanto o restante território vive uma seca entre moderada a extrema.
"Os valores de quantidade de precipitação na primeira quinzena de Junho foram muito inferiores aos valores médios em quase todo o território" refere o relatório, ressalvando a situação da margem esquerda do rio Guadiana, onde os valores foram próximos ou superiores dos médios.
Assim, acrescenta o documento, "em 15 de Junho, o conteúdo de água no solo apresentava valores muito inferiores aos valores médios em todo o território".
Face aos efeitos da seca, 25 por cento dos municípios, com 18.600 habitantes, estão a recorrer a autotanques para abastecimento de água.
O relatório refere igualmente que as medidas de contenção de consumos através de cortes ou reduções nos períodos de abastecimento atingem 26.781 pessoas de 16 municípios: Alcácer do Sal, Almeida, Castro Marim, Celorico de Basto, Fafe, Gavião, Lamego, Loulé, Lourinhã, Mealhada, Mértola, Mesão Frio, Odemira, Sabrosa, Sertã, Vale de Cambra.
Também algumas das captações de sistemas de abastecimento público que servem 9.481 pessoas, realizadas através de furos, já esgotaram as disponibilidades em 18 concelhos do país.
Enquanto isso, 20 concelhos pediram apoio técnico para captação de águas subterrâneas.
Quanto a incêndios florestais, o relatório mostra que na primeira quinzena de Junho a secura do material combustível manteve-se elevada em todo o país, no Alentejo e Algarve, mas também na região a Sul do Mondego, apresentando valores típicos do mês de Julho nas regiões a Sul do rio Tejo.
O relatório adverte que "a curto/médio prazo, a secura acumulada do coberto vegetal (Ó) poderá ter repercussões ao nível do número de ocorrências e da área ardida".
No domínio das actividades agrícolas e pecuárias, o documento diz que houve quebras de produção em torno dos 70 por cento no trigo, cevada, tritical, centeio e girassol.
SB.
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